sábado, 16 de abril de 2011

Que papel aceitaremos como nosso papel?


- Artigo -

Embora nada possam fazer contra o grande poder que a Imprensa exerce sobre o povo, há setores que não engolem tudo aquilo que os canais ligados à Comunicação Social tentam impor. Claro que alguns desses segmentos recebem as informações com desconfiança e que, às vezes, percebem o quão duvidoso pode ser daquilo que é publicado na Imprensa e que, tristemente, ganha rótulo de fato e, por via de consequência, traveste-se de verdade. Mas, como esses segmentos não ousam se levantar contra tal imposição, acomodados, terminam admitindo o “mal necessário”, o “impositivo” como um “mal plenamente possível”.
O DATA está longe, claro, de ser o veículo imparcial que gostaríamos que fosse. Ainda será. Mas não é ainda. É um canal novo sujeito aos ventos difíceis de um mercado que insiste em dar esmolas ao setor mais importante de uma comunidade. Por isso, sempre digo que é preciso que as pessoas entendam que um jornal, uma rádio, um canal de tevê e, agora, um site, guardadas as proporções,  podem ser mais importantes para a comunidade a que pertencem do que uma fábrica que, em muitos casos, gera muitos empregos. Mas, a exemplo de uma fábrica que, em lugar de fabricar remédios, fabrica bomba, o veículo de comunicação pode deixar de financiar verdades para divulgar besteróis e permitir, por este caminho, que alguns bandidos sejam transformados em heróis e que algumas mentiras perdurem mais  tempo do que o tolerável.
Portanto, é preciso que os órgãos de Imprensa do Sul de Minas, bem como os de todo o país, perguntemos a nós mesmos que tipo de papel queremos assumir neste contexto. Se seremos os bobos da corte, os puxa-sacos de um sistema que precisa ser debatido e revisto, ou se assumiremos, de fato, o papel fundamental que cabe à Imprensa.



 
 


Roberto Marcos é o editor-chefe do portal DATA MUNDO. E escritor. Ele publicou os romances "Verdades Intoleráveis", "O Encomendado Amadeu" e "O Santo do Rio Sangue"2010.