quarta-feira, 20 de julho de 2011

CINOMOSE CANINA!

- Artigo -
A cinomose é uma doença altamente contagiosa provocada pelo vírus CDV (Canine Distemper Vírus) ou Vírus da Cinomose Canina (VCC), da família Paramyxoviridae, que atinge animais da família Canidae, Mustelidae, Mephitidae e Procyonidae (entre eles cães, furões/ferrets e alguns outros animais silvestres).

O vírus da cinomose atinge cães de todas as idades. No entanto, a incidência é mais elevada em cães jovens (dois a seis meses de idade), especialmente filhotes não vacinados que são expostos ao agente após a perda da imunidade passiva adquirida pela ingestão de anticorpos do colostro materno.

A transmissão ocorre, em geral, através do contato com secreções do nariz e boca do animal. Isso pode se dar através de um espirro do animal doente, espalhando a secreção ao redor e contaminando os cães que estejam por perto. É muito importante que se diga, que o vírus da Cinomose tem pouca resistência no ambiente, ou seja, fora do organismo do seu hospedeiro, o que facilita o controle ambiental da disseminação da doença, diferentemente do que ocorre com a parvovirose, por exemplo.

As características climáticas do inverno favorecem a presença deste vírus no ambiente, por isso o cuidado deve ser redobrado nesta época.

Apesar da sensibilidade do vírus no ambiente, há muitos relatos de casos de criadores que perderam animais vitimados pela Cinomose após serem introduzidos em ambientes onde outros cães haviam morrido anteriormente, por esse motivo o período denominado de vazio sanitário (mínimo de seis meses) deve ser respeitado, sendo também essencial concluir todo o esquema de vacinação, de pelo menos três doses da vacina polivalente, antes de introduzir um novo animal nesse ambiente previamente contaminado.

A descrição clássica dos sintomas existente em livros textos é de uma infecção viral aguda caracterizada por febre bifásica, secreções nasal e ocular, indisposição, anorexia, depressão, vômito, diarréia, desidratação, leucopenia, dificuldades respiratórias, hiperceratose do focinho e dos coxins plantares, mioclonia e sintomatologia neurológica, sendo que os mesmos podem ser variáveis na rotina clínica.

Tanto os animais tratados quanto os não tratados podem desenvolver sintomatologia nervosa, sendo esta mais comum nos últimos. Essa fase nervosa da doença pode ser caracterizada por espasmos musculares (mioclonia) e comportamento fora do normal. Com um "comportamento fora do normal", provocado pela desmielinização do sistema nervoso, o cão pode se tornar agressivo e não reconhecer o dono, podendo também o cão apresentar paralisia devido à fragmentação dos neurônios. Embora hoje em dia muitos Veterinários recomendem a eutanásia de um animal com paralisia pela cinomose, a acupuntura tem sido um tratamento alternativo bastante utilizado, inclusive mostrando alguns casos de sucesso.

Uma vez que a maioria dos cães infectados fica com as pupilas dilatadas, é aconselhável manter o cão em local com pouca luz ao notar esse sintoma, evitando a cegueira ocasionada pela queima da retina.

Não há uma terapia específica contra o vírus da cinomose, o que se deve fazer é instituir um tratamento suporte e sintomático, isolando esse animal do contato com outros animais a fim de evitar o contágio de um cão sadio.

A taxa de mortalidade é variável, sendo mais alta entre filhotes. Em um estágio mais avançado, os sintomas de déficits neurológicos aparecerão, sendo estes irreversíveis e progressivos. Nestes casos justifica-se a eutanásia, uma vez que trata-se de uma doença degenerativa, debilitante e que causa sofrimento crescente ao animal.

Para maiores esclarecimentos estamos à disposição na Clínica Veterinária Planeta Pet situada na Rua Espírito Santo, 27 - Centro ou pelo telefone (35) 3721-4681.

Dra. TATIANA BRESCIANE ESCANHOELA é formada em Medicina Veterinária pela PUC campus Poços de Caldas, MG, na qual foi monitora durante dois anos na divisão de Anatomia Veterinária. Pós-graduada em Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais pela mesma instituição. Participou de congressos, simpósios e cursos nas áreas de Oncologia Veterinária, Reabilitação, Ortopedia, Emergências Veterinárias, Contenção Físico-química de animais selvagens, Geriatria, dentre outros. Atualmente é sócia-proprietária da Clínica Veterinária Planeta Pet, PC.



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