sexta-feira, 13 de julho de 2012

Poços de Caldas e o retrocesso trabalhista!

- ARTIGO -
A mais nova face do neoliberalismo mundial se manifesta no retrocesso dos direitos trabalhistas, no arrocho salarial, nas demissões em massa, na salvaguarda das grandes corporações e bancos pelo viés estatal e principalmente através de governos ditos técnicos, mas que na verdade são ditaduras socioeconômicas direitistas.
A Europa e EUA passam pela aplicação de tal política que é uma mistura de Estado Minimizado com uma Socialdemocracia a favor das corporações financeiras.
O Brasil não vive tal momento em sua essência, como também a América Latina. Pelo contrário, muitas políticas públicas têm surgido como estratégia para vencer a crise mundial.
Em Poços de Caldas, uma fagulha dessa postura neoliberal assombra a cidade através do retrocesso ou assalto dos direitos dos trabalhadores públicos municipais. Me refiro a possível mudança do regime de trabalho proposto pelo executivo. Atualmente, a maioria dos servidores municipais é regida pela CLT. Contudo, a Câmara deve votar em breve o projeto que transformará o regime trabalhista para estatutário.
Tal mudança significa várias perdas nos direitos trabalhistas, conquistados na história de nosso país mediante muitas lutas, tanto de sindicatos quanto de movimentos sociais, partidos políticos, parlamentares e até mesmo pela própria população.
No regime estatutário, os reajustes salariais devem ser aprovados por lei, na maioria das vezes partindo do executivo. No estado de Minas já aconteceu dos servidores ficarem anos sem aumento salarial. No celetista, o reajuste é definido por meio de negociação coletiva, que costuma acontecer todo ano. O correto mesmo é acontecer pelo menos o reajuste inflacionário, o que em Poços de Caldas há anos não se observa.
Outro fator que prejudica o trabalhador é o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), pois o regime estatutário não há o recolhimento do fundo. Hoje, com as facilidades de aquisição da casa própria, o FGTS é um aliado no financiamento.
No caso de não cumprimento legal de qualquer direito trabalhista, a Justiça do Trabalho é provocada em favor do empregado. No estatutário a Justiça do Trabalho é inválida.
Para os professores, a CLT garante no Art. 320 § 1º, o pagamento mensal considerando para efeito cada mês constituído de quatro semanas e meia. No estatutário, essa e outras observações inseridas na CLT ficam a critério do estatuto, que é o documento que norteará os direitos dos trabalhadores.
Quanto ao plano de carreira, o regime estatutário terá que regular tal. Tenhamos o estado de Minas como exemplo. Há poucas semanas os professores tiveram direitos abortados mediante lei, inclusive contrapondo a legislação federal.
São muitos os direitos que os servidores da prefeitura poderão perder. A CLT garante regras sobre: as penalizações e o direito de defesa mediante justiça do trabalho, a jornada máxima de trabalho, o tempo mínimo de descanso e férias anuais, fixação de salário mínimo, remuneração e abono de férias, órgãos de segurança e de medicina de trabalho, salubridade no local de trabalho, proteções a maternidade e a mulher e muitos outros direitos que, não significa que não terão no estatutário, mas já são direitos conquistados e que dificilmente um estatuto conseguirá avançar além disso.




YURI ALMEIDA é bacharel em Teologia e licenciado em História, com especialização em História e Construção Social. Leciona na rede pública municipal e em educandário da rede participar. Escritor, é autor do livro “Poços de Caldas: Uma leitura Econômica”. É diretor do Sinpro Minas.

sábado, 26 de novembro de 2011

Neto e Datena precisam conhecer nossa História!

- Artigo -

Não podemos tratar os comentários dessa mesa redonda como jornalísticos. Trata-se de uma brincadeira que demonstra o desconhecimento da realidade da cidade, bem como desrespeito à nossa história.

Preciso dizer que não foi apenas o Corinthians do Neto que veio se concentrar em nossa cidade. Nossas águas também lavaram o caminho de vários times. Se não fossem os treinamentos aqui, no antigo Cristiano Ozório, talvez não tivéssemos conquistado a Copa de 1958.

Apenas ilustrando o rol de personalidades que frequentaram Poços de Caldas, não posso deixar de citar Dom Pedro II, Rui Barbosa, Getúlio Vargas, Luis Inácio Lula da Silva que, inclusive, desfrutou sua lua-de-mel por aqui. Recentemente, recebemos o ilustre Ministro Aloizio Mercadante, que pôde ver de perto quão bela esta cidade se encontra.

Infelizmente, tivemos, no passado recente, administrações que apostavam em que a cidade não podia ser turística e crescer ao mesmo tempo. Por sorte, as últimas administrações deram uma guinada nos rumos, investindo fortemente no turismo.

Foram criados a Sinfonia das Águas e o Natal Encantado; estão sendo restaurados o Palace Casino e as Thermas Antônio Carlos; o Centro de Convenções está próximo, novos hotéis chegaram e a demanda continua crescente. Por sua vez, os restaurantes seguem o mesmo rumo. Somos, neste momento, o município desejado por todas grandes redes, do fast food ao vestuário.

Para não superestimar o lamentável quadro, sugiro que esse pessoal poderia se fazer um favor e passar um final de semana, aqui, em Poços de Caldas. Assim, gente feito Neto e Datena certamente se arrependeria do que disseram; isso, claro, depois de desfrutar de toda qualidade e hospitalidade do nosso povo.




Tiago Cavelagna é diretor-presidente do Departamento Municipal de Águas e Esgotos de Poços de Caldas.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Que se deve levar a sério no programa de Datena?

- Artigo -

O conterrâneo Luis Nassif afirmou que um jornalista de Poços, já falecido, só era desagradável quando levado a sério. Esta frase lapidar se aplica ao caso em questão. O programa tem uma inspiração no jornalismo esportivo e policial de gosto no mínimo duvidoso. Trata-se de uma receita simples que mistura a exploração das emoções mais epidérmicas ante a violência cotidiana das grandes cidades e a superficialidade no trato das matérias veiculadas ou comentadas. A cobertura do bolo é o protagonismo de figuras com grande presença de espírito e que não tem grande compromisso factual. Em síntese, trata-se de um tipo de programa popularesco onde a notícia é menos importante que a performance de seus atores. Portanto, só são desagradáveis se levados a sério.
Alguém dirá, porém, que as afirmações desmerecem a cidade. Em certo sentido, sou obrigado a concordar, mas não porque foi chamada “uma cidade de velhos”.  A população com mais de 65 anos em Poços de Caldas, segundo o último censo, está na casa dos seis por cento, com números curiosos como mais de 1.110 pessoas acima de 85 anos e 19 com mais de cem anos, sendo quatorze mulheres. Um número expressivo, que demonstra que a cidade favorece a longevidade, portanto ser, eventualmente, uma cidade de velhos nãos nos desmerece, ao contrário.
É triste pensar que aquela banca de comentaristas não tem olhos nem memória para o belo. Como não se encantar com esta moldura extraordinária da Serra de São Domingos? Que outra cidade está assim tão harmonicamente acolhida e abrigada aos pés de uma imensidão verde, por onde brotam e correm uma insondável rede de olhos dágua e pequenas corredeiras, que se juntam, que vertem rebeldes a saciar a sede de pássaros, quatis, macacos, jaguatiricas? E o capricho das redes que se infiltram, percolam e emergem como fontes para nosso consumo?  Como não ter olhos para a imensidão do Planalto e as coisas que a história dos homens e mulheres locais foram construindo e plantando? Como ficar indiferente à leveza poética das salas do aeroporto; às colunas inacreditáveis que trouxeram os trens; às casas seculares que ainda resistem; às praças e jardins; ao olhar do topo da serra; ao panorama visto da Igreja Nossa Senhora de Fátima; à singeleza profunda da Igreja de Santo Antonio; ao Palace Hotel e seu interior quase inexplicável; à caixa d’água da travessa Pará? Como não se encantar com a Praça Pedro Sanches e o Parque José Afonso Junqueira, compondo o conjunto com as Thermas e o Casino? Como não se deixar seduzir por uma gente que gosta de paz e cordialidade? É certo que os defeitos não estão no que pode, aqui, ser visto ou sentido; estão nos olhos e sentidos entorpecidos dos nossos pobres críticos.
A indignação pode até ser justa, mas dá uma importância desmedida ao fato. Defender, efetivamente, nossa cidade é fazer a lição de casa, dar mais visibilidade às coisas que temos. É claro que para isso é preciso mais competência que representação, mais trabalho sério e menos circo, mais conquistas que justifiquem os foguetes. Mas, isso é outra história, fica para o futuro.
O que pode e deve ser levado a sério no programa do Datena e companhia é que Poços de Caldas, nos últimos anos, não anda cuidando bem de sua imagem, favorecendo interpretações equivocadas, a ponto de ser destacada ainda pela lua de mel do apresentador ou pelas pré-temporadas do Corinthians, que ficava hospedado no Hotel Nacional e treinava no campo de futebol da chácara do saudoso Alexandre Bastos.
O que, aliás, não diminui minha paixão por está terra que fascinou meus olhos de menino, nos idos de 1967, despertando ali uma paixão que carrego e cultivo até os dias de hoje.

PAULO TADEU é veterinário, ex-prefeito de Poços de Caldas e militante do PT.


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O Processo de Endividamento e sua Resolução!


Muitas vezes, o cidadão ou empresa deparam-se com problemas em relação a dívidas. Dívidas com bancos, financeiras, agiotas, no comércio, cheques devolvidos, fornecedores, cartão de crédito, duplicatas em atraso, enfim, inúmeros tipos de dívidas. E estas podem atingir até a família em alguns casos.

Comumente se pensa que, a princípio, somente cidadãos menos esclarecidos estão vulneráveis a esta situação. Todavia, este entendimento é um grande engano, haja vista que todos correm riscos, desde o mais humilde até o mais abastado; daquele que possui menor conhecimento até o mais habilitado; da micro empresa até a empresa de grande porte. O sistema financeiro não seleciona um tipo de perfil para a origem e consequências de uma inadimplência, de forma que, infelizmente, os aborrecimentos decorrentes de tais circunstâncias podem atingir qualquer pessoa.

A grande verdade é que se a renda deste cidadão ou empresa não é compatível com o pagamento da dívida existente ou ainda de sua parcela, a única solução encontrada é contrair novas dívidas para quitar outras, e, assim, este se torna o fator determinante para se iniciar a construção de um “monstro” chamado inadimplência.

Junto com este “monstro” vários problemas tendem a surgir, tais como problemas no trabalho, na família, nervosismo, ansiedade, stress, insônia e em alguns casos até depressão. Não bastasse isto, ao lado da inadimplência caminha o maior dos vilões, a saber, a restrição ao crédito, a qual sujeita o cidadão ou empresa, que já estão em uma situação difícil, a inviabilizar ainda mais a sua recuperação.

Além de todos estes fatores prejudiciais, se une ao time dos vilões: juros, multas, taxas. Em decorrência desta avalanche gerada, uma suposta dívida que, até certo ponto poderia ser paga com relativo sacrifício em um determinado tempo, torna-se “impagável”.

Neste momento, o cidadão ou empresa se vê acorrentado e sendo jogado ao mar. Imagine, devedor, sem condições de pagar, com o valor da dívida crescendo a uma velocidade absurda e sem crédito na praça para poder resolver esta situação. Chega a ser desumano.

Segundo o ipea (instituto de pesquisa econômica aplicada) estima-se que quase 50% das famílias brasileiras atuais se encontram de alguma forma em dívidas, sendo que destas, mais de 80% acreditam que pagarão apenas em parte ou até mesmo não terão condições de sair desta situação, restando caracterizada, portanto, a inadimplência.

No mundo empresarial não é diferente, segundo estudos especializados, estima-se que mais da metade das empresas que são abertas fecham em menos de 5 anos. Quantas delas adquiriram dívidas durante o percurso até seu fechamento, dívidas estas que, provavelmente, culminaram na impossibilidade de pagamento em virtude dos fatores acima expostos? Certamente, a grande maioria.

Neste aspecto, nos propomos a assessorar estes cidadãos e estas empresas, acreditando que quando uma situação de dívida é efetivada, o devedor se torna demasiadamente vulnerável, além de fragilizado emocionalmente, se tornando, sem qualquer dúvida, o lado fraco e hipossuficiente das partes envolvidas.

Diante desta situação de desequilíbrio entre as partes, muitas vezes o devedor cede a pressões dos credores e toma atitudes equivocadas, em vista do seu desespero e, frequentemente, pela mera falta de conhecimento técnico. Dívidas em cima de dívidas, financiamentos em cima de financiamentos, venda de bens, patrimônios particulares. Não é esse o caminho correto!

Todo credor possui um preposto, isto é, um agente de cobrança para intermediar a negociação, ou melhor, a exigência do pagamento. O credor adota esta postura, pois sabe que conseguirá maximizar seus resultados, ou seja, auferir maiores lucros.
Seguindo este mesmo raciocínio, o devedor também deve possuir um representante, já que este saberá conduzir a negociação de uma forma profissional, protegendo-o da força do credor e proporcionando maior equilíbrio nas negociações.

Seguramente, este representante do devedor, isento de envolvimento emocional, não cederá a pressões, cobranças, insultos, ameaças e agirá racionalmente. Nestes casos, muitos problemas são resolvidos por pessoas externas a situação, pois, geralmente aquele que está inserido no problema não consegue enxergar alternativas para a sua resolução.

Lembre-se: as dívidas existem e acontecem devido a diversos fatores. Não é o fim do mundo! É somente uma situação que necessita de uma ação para que o problema possa ser revertido. Nada é para sempre. Soluções existem e pessoas qualificadas podem te ajudar. Muitas pessoas ou empresas simplesmente estão sem crédito devido ao fato de acreditarem que a situação não tem volta e, muitas vezes, nem procuram saber se tem.

Faça uma consulta orientativa. Como tudo na vida, até uma dívida deve ser gerenciada, para que na oportunidade e momento certo, os valores corretos sejam equilibrados, tornando, assim, as condições de pagamento reais e, via de consequência, a dívida liquidada.


LUCAS REIS é administrador, consultor financeiro e especialista em Gestão e Assessoria em Negociações de Dívidas na empresa CONTATO GESTÃO EMPRESARIAL. Atua no setor ADIMPLE GESTÃO E ASSESSORIA EM NEGÓCIAÇÕES DE DÍVIDAS, situada na Avenida Davi Ottoni, 476 – Jardim dos Estados, Poços de Caldas/MG. Atende pelos telefones (35) 3714.1348 OU (35) 8843.0402, e-mail contatoadimple@hotmail.com.



quinta-feira, 13 de outubro de 2011

ALGO SE MOVE NOS ESTADOS UNIDOS!

- ARTIGO -

É sintomático que os meios de comunicação de massa no Brasil prefiram uma abordagem mais que discreta para tratar do movimento crescente, que ganha as ruas das maiores cidades norte-americanas. Embora com grau de adesão ainda pequeno, o movimento para ocupar Wall Street tem ganhado apoios importantes em Boston, Los Angeles e outra expressivas cidades, aterrorizando as autoridades que temem o desencadeamento de ondas de protestos por todo o país.

Convocado, inicialmente em redes sociais, por pequenos grupos de esquerda, já teve seu primeiro e grande enfrentamento com a prisão, em um só dia, de mais de setecentos ativistas, fato que revela surpresa e medo, mas também uma clara incompreensão quanto às razões e a forma que a sociedade americana reage à crise econômica provocada pelo, antes inatacável, sistema financeiro.

As razões imediatas são diversas e refletem um quadro heterogêneo de interesses, que vão desde a repulsa ao corporativismo de Wall Street às questões ambientais, passando por temas não menos importantes como a Guerra no Iraque e Afeganistão, cortes no orçamento com fortes impactos sociais, a brutalidade policial e o abandono dos veteranos de guerra. Diferentes matrizes que convergem para um espaço de forte crítica ao capitalismo sem regras implantado pelos republicanos da era Reagan, sob inspiração da soturna dama de ferro inglesa, Margareth Tatcher. Este capitalismo brutal, também rotulado neoliberalismo, jogou no lixo quase cinco décadas de estado de bem estar social, inaugurado no chamado new deal de Roosevelt, nos anos 30.

Ao entregar ao mercado, essa alegoria filosófica, sua própria gestão, o Estado neoliberal mandou o cabrito tomar conta da horta e levou o mundo a mais séria crise do capitalismo moderno, cujos resultados ainda são sentidos, ou como continuidade ou como espasmos de uma mal ainda por se resolver.

A novidade é a adesão da AFL-CIO – American Federation of Labor and Congresso of Industrial Organizations (Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais), poderosa instituição, que ao longo do século vinte limitou-se a defender interesses pontuais dos trabalhadores, abdicando de um olhar mais crítico aos rumos que a economia americana tomava.

O Movimento Occupy Wall Street, embora plural, tem clareza quanto ao foco de sua indignação – as injustiças sociais, a falta de empregos e, óbvio, os especuladores do mercado financeiro. Palavras de ordem como “Impostos é para os ricos”, “Cessem a guerra contra os trabalhadores” e “Ocupem Wall Street”, trazem para a realidade uma sociedade que se imaginava exemplo para o mundo e resolvida em suas necessidades.

Paulo Tadeu é médico-veterinário,
ex-prefeito de Poços de Caldas, MG, e
militante do Partido dos Trabalhadores.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Articulista escreve sobre encontro do PSDB!

- ARTIGO -

Daremos início a este texto com a brilhante citação de Cora Coralina: "Acredito nos jovens à procura de caminhos novos abrindo espaços largos na vida. Creio na superação das incertezas deste fim de século."

Não é atual o fato de a sociedade atribuir o “futuro do país” à juventude. A participação dos jovens na política, principalmente nos movimentos universitários, sempre se deu de forma inflamada, promovendo mudanças no pensamento conservador, reformas na educação e enfrentamento contra o Estado.

O início das manifestações da juventude remonta ao golpe militar de 1964, quando os estudantes tornaram-se uma das maiores forças de mobilização popular. Os jovens saíram às ruas, enfrentaram o governo, e lutaram juntos pela liberdade e pela democracia.

Outro marco dos movimentos estudantis foi o Movimento das Diretas Já! Desenvolvia-se, naquele cenário, uma força de protagonismo juvenil junto às lutas sociais, em defesa de suas ideologias, suas bandeiras. Em 1992, das manifestações a favor do impeachment do então presidente, Fernando Collor de Mello, surgiu o “Movimento dos caras-pintadas”, quando os jovens tomaram as ruas das capitais vestindo roupas negras e com o rosto pintado, em sinal de luto contra a corrupção.

Infelizmente, desde então, temos vivenciado um quadro um tanto diferente. Ocorre que a juventude tem deixado de ser protagonista de uma história, para tornar-se mera espectadora. O Brasil acompanha um processo de grande desmotivação do jovem pela política. Salvo raras exceções, a falta de interesse é irrefutável, e a generalização da política como sendo corrupta, antiética e ineficaz, acaba por amplificar a aversão da juventude pela política. Uma cultura alienante, agregada à falta de personalidade da juventude tornou-a frágil, alvo fácil para a imposição de ideologias deturpadas, limitadas.

Diante deste contexto surgiu, em 20 de Julho de 2010, a “ala jovem” do Partido da Social Democracia de Poços de Caldas – JPSDB. Jovens mobilizados, convictos de que a força da juventude pode e deve mudar os rumos do país, reuniram-se para formar sua comissão provisória.

O primeiro trabalho realizado pela JPSDB de Poços de Caldas foi a Campanha Eleitoral para a Juventude, nas Eleições de 2010. Os jovens tucanos realizaram campanha eleitoral focada na juventude, frequentando pistas de skate, rampa de paraglider, campeonato de motocross, bares, lanchonetes, escolas, universidades, lan houses, e demais locais onde os jovens pudessem estar. O resultado não poderia ter sido melhor; houve uma virada significativa nas pesquisas eleitorais, favorecendo o candidato Antonio Anastasia, eleito Governador de Minas.

Flagrante do empenho da Juventude do PSDB durante campanha eleitoral de 2010.
Durante o período eleitoral, além da logomarca e camiseta, a juventude lançou sua maior marca: os chapéus. Citados nos jornais locais como “cowboys”, os jovens inspiraram seus trabalhos na ideologia da “Turma do Chapéu”, grupo tucano de Belo Horizonte, cujo lema é “Passamos o chapéu recolhendo ideias. Tiramos o chapéu para quem admiramos. Damos o chapéu em quem vai contra nossos princípios. Queremos renovar!"

Campanha "Hemobloco - Unidos pela Vida" - Juventude do PSDB se reúne para estimular a doação de sangue no período pré-carnaval
Terminadas as eleições, a JPSDB de Poços de Caldas, em parceria com a Fundação Hemominas organizou o “Hemobloco – Unidos pela Vida”, uma Campanha de conscientização e estímulo à doação de sangue, a fim de manter os estoques do banco de sangue durante o período do feriado de carnaval. Tamanho foi o sucesso da campanha, que será repetida no Carnaval de 2012.

Outro foco da JPSDB de Poços de Caldas é o Combate ao Uso de Drogas. A partir desta iniciativa foi criada a Associação Idealysa Jovem, que visa impedir o avanço do uso e tráfico de drogas na região, por meio de ações de estímulo ao protagonismo juvenil e à profissionalização. O primeiro evento está programado para o mês de Novembro, e contará com o apoio da Associação Comercial. Intitulado “Minicurso de Empreendedorismo Jovem”, o evento apresentará a importância do empreendedorismo, a situação do mercado de trabalho em Poços de Caldas, e o comportamento adequado do jovem durante uma entrevista de emprego, além da formatação de currículos.

Além do trabalho com a juventude, outra vertente da Associação Idealysa Jovem é o estímulo às atividades infantis no contraturno escolar. Serão desenvolvidas atividades de dança e esporte, além do resgate das “brincadeiras de rua”.

Preocupada ainda com a corrupção vivenciada no Brasil, a JPSDB de Poços de Caldas apoiará, em 12 de Outubro, o “Manifesto contra a Corrupção”. Ocorrerá, a partir das 14 horas, mobilização e marcha no centro da cidade, com concentração na Praça Pedro Sanches. Toda a população está convidada a participar desta manifestação nacional, pacífica e apartidária (não serão tratados assuntos políticos, e não haverá ataque a um ou outro grupo político).

Encontro Regional da JPSDB de Poços de Caldas e Região. Ao centro, Caio Nárcio, presidente estadual da JPSDB.
No último sábado, a juventude do PSDB esteve reunida no auditório do edifício Manhattan, onde recebeu uma comitiva do diretório estadual da JPSDB, no lançamento regional do projeto “Minas, Eu Vou!”. O presidente da JPSDB de Minas, Caio Nárcio, explicou que o projeto tem por objetivo interiorizar e descentralizar as ações da juventude tucana no estado, por meio da criação de 12 regionais, núcleos pólo que serão responsáveis por difundir os projetos para as demais cidades. Nárcio enalteceu o trabalho que a JPSDB de Poços de Caldas vem realizando, e afirmou que se todas as juventudes tucanas estivessem organizadas como em Poços, o partido estaria mais fortalecido.
O evento contou com a participação de lideranças jovens de várias cidades da região.


"A felicidade dos povos e a tranquilidade dos Estados dependem da boa educação da juventude." (Emilio Castelar y Ripoll)


Erika Ferreira – Secretária de Formação Política
 JPSDB de Poços de Caldas
http://www.juventudepsdbpc.wordpress.com/
                                                                                                                                                     

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

JOTA PRATA
- Artigo -
Quando soube que o Jota Prata havia morrido, já não dava tempo de ir vê-lo pela última vez e levarum abraço aos seus familiares e uma legião de amigos que ele foi colecionando ao longo da vida.
O Prata era meu vizinho e foi com profunda tristeza que recolhi a, para mim, surpreendente notícia. Do chefe de família, do vereador, do músico, do radialista, outros certamente possam descrevê-lo melhor, mas me sinto impelido a registrar o bom amigo, o boa praça, com quem tive a oportunidade de conviver com certa intensidade nos últimos anos.
De conversa amena e tom de voz pacífico, discorria longamente sobre suas grandes paixões secundárias – futebol, música e política. Ali no bar do Mauro, argumentava inflexível em favor de seu Corinthians. Buscava na memória os grandes jogos, os grandes lances, os grandes astros em que seu time enfrentou com sucesso seus rivais mais importantes do futebol brasileiro. Todo bom torcedor não dá o braço a torcer; assim mesmo diante de fatos e argumentos irretorquíveis permanecia impassível na defesa de seu clube. Para por fim a um debate desfavorável, tiradas bem humoradas, espirituosas, próprias de sua inteligência singular.
Bom observador da política, defendia seus pontos de vista sem agressividade, mas com a mesma paixão persistente, que não escondia vez ou outra uma pequena sombra de quem se sentia, de algum modo, injustiçado. Apenas sombra que logo se iluminava pelo sorridente “deixa prá lá”.
Era um bom contador de histórias e suas peripécias como músico e bandleader, eram engraçadíssimas. Falava de viagens, bailes, das esquisitices dos músicos, de momentos em que tiveram que abandonar palcos, voltarem corridos para Poços.  Chegou a integrar o extraordinário “Traveling Band”, liderou o expressivo JC 6 e pequenas orquestras típicas dos anos 70.
O Jota Prata era, acima de tudo, um boa praça, um amigo desses com quem a conversa é sempre prazerosa. Ficam mais vazios os locais que freqüentava. Dizia Guiimarães Rosa que certas pessoas não morrem, ficam encantadas. Tenho para mim que o Jota Prata era encantado em vida.





Paulo Tadeu é médico veterinário, ex-prefeito de Poços de Caldas, MG, e militante do PT.